Quão pesadas são as estrelas?
R136a1 é atualmente a estrela mais pesada conhecida. Ele pesa até 265 sóis. A maioria das estrelas, entretanto, são muito menores e mais leves – até cerca de um décimo da massa do sol. Os corpos celestes que acumularam muito pouco gás não podem inflamar a fusão nuclear e permanecem anões marrons. Supergiantes como o R136a1, por outro lado, brilham intensamente, mas morrem jovens. Quão pesadas são as estrelas do universo em média? Isto é descrito pela chamada função de massa primordial. Diz que as estrelas pesadas são significativamente mais raras do que as leves. É provável, portanto, que o universo seja dominado por pesos leves. Isto é importante para nossa compreensão do desenvolvimento das galáxias, por exemplo.
Entretanto, a função de massa original foi estabelecida principalmente com base em medidas de nosso ambiente cósmico. Estrelas em outras galáxias só podem ser observadas quando elas são particularmente brilhantes, portanto, haveria aqui uma discrepância. A suposição é, portanto, que a Via Láctea não é uma galáxia tão especial e que as condições aqui podem, portanto, ser facilmente aplicadas a todo o universo. Mas os astrônomos parecem ter se enganado até agora, de acordo com um novo estudo publicado no The Astrophysical Journal por uma equipe de pesquisadores do Instituto Niels Bohr da Universidade de Copenhague.
Usando observações de 140.000 galáxias em todo o universo e uma ampla gama de modelos avançados, a equipe testou se a mesma distribuição de estrelas vista na Via Láctea se mantém em outro lugar. A resposta é não. Estrelas em galáxias distantes tendem a ser mais maciças do que as de nossa vizinhança local. “A massa de estrelas nos diz muito aos astrônomos. Se você mudar a massa, você muda o número de supernovas e buracos negros que se formam a partir de estrelas maciças. Portanto, nosso resultado significa que temos que rever muitas de nossas suposições anteriores, porque galáxias distantes parecem muito diferentes das nossas”, diz Albert Sneppen, estudante de doutorado do Instituto Niels Bohr e autor principal do estudo.
De acordo com os pesquisadores, a nova descoberta terá uma variedade de implicações. Por exemplo, ainda não está claro por que as galáxias morrem e deixam de formar novas estrelas. A nova descoberta sugere que isto poderia ser explicado por uma simples tendência. “Agora que estamos mais aptos a decifrar a massa de estrelas, podemos ver um novo padrão: As galáxias menos maciças continuam a formar estrelas, enquanto as galáxias mais maciças deixam de dar à luz novas estrelas. Isto aponta para uma tendência notavelmente universal na morte de galáxias”, diz Sneppen.